Belém / PA - quarta-feira, 01 de maio de 2024

ENTREVISTAS EM JORNAIS

ARTIGO PUBLICADO NO JORNAL AMAZÔNIA

 

HOMEOPATIA, é o termo derivado do grego “homoios” = similar + “pathos” = sofrimento, e que foi utilizado pelo médico alemão Christian Friedrich Samuel Hahnemman (1755-1843), o seu fundador, para designar uma nova forma de tratamento médico, fundamentada no princípio “Similia similibus curantur”: (semelhante cura semelhante), a sua Lei dos Semelhantes. Portanto a Homeopatia é a medicina que utiliza o principio dos semelhantes no tratamento dos pacientes. A diferença básica com a Alopatia é que esta não utiliza este principio da similitude no tratamento, podendo utilizar diversas formas como o principio dos contrários (ex: antitérmico), vacinas, etc.

A doença é a manifestação de sintomas que o corpo utiliza em busca do retorno ao equilíbrio anterior e o remédio homeopático funciona como um estímulo agindo no mesmo sentido, em busca do equilíbrio. Os sintomas indicam o remédio necessário. Mesmo sofrendo de uma “mesma”  doença os sintomas não são sempre iguais e cada pacient e manifesta a doença à sua maneira individual. Na alopatia o sintoma é encarado como um mal localizado e que deve ser eliminado, perdendo-se a visão do conjunto do organismo e a ação terapêutica age em sentido contrario ao da cura natural.

A Portaria 971, PNPIC- Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares, do Ministério da Saúde, datada de 3 de maio de 1996, estimula a pratica da Homeopatia, Acupuntura, Fitoterapia e Termalismo no Sistema Único de Saúde. Destas, apenas a Homeopatia e a Acupuntura são especialidades médicas reconhecidas pela AMB.

O SUS, desde 1980, através da Resolução Ciplan ¹ 4, oficializa a Homeopatia nas suas Unidades de Saúde, integrada à pratica médica alopática.

A Homeopatia fazia parte de um grande grupo multidisciplinar, que durante vários anos planejou, junto ao MS, a implantação da então chamada Política Nacional de Medicina Natural e Práticas Complementares, finalizando os estudos no  1º           Fórum Nacional de Homeopatia, Brasília – 2004.

Durante o ano de 2005 este estudo sofreu diversas adaptações,por outras comissões, e  atendendo ao interesse de outras áreas, o que resultou na PNPIC, com a exclusão da Medicina Antroposófica e a inclusão do Termalismo.

Hoje, 19 capitais e 232 municípios do país já adotam uma ou mais dessas práticas. Com a criação de uma política nacional para esse fim, a idéia é ampliá-las e uniformizá-las em todo o país.

Resumindo a PNPIC é um avanço que realmente já chegou tarde, porém antes tarde do que nunca, não é mesmo? No entanto há necessidade de definições das tarefas que cada um dos profissionais vai desempenhar nas diversas áreas de atuação, para garantir um atendimento eficaz ao paciente. No caso da Homeopatia e da Acupuntura a sua atuação será acompanhada diretamente pela AMB.

 

A Homeopatia pode ser usada para tratar a grande maioria das doenças, nas quais a administração de um medicamento seja capaz de estimular a reação do organismo enfermo, que utilizando os seus próprios mecanismos de recuperação, possa evoluir em direção à  saúde.

O tratamento homeopático na grande maioria dos casos é o suficiente para a recuperação da saúde, resguardadas as peculiaridades de cada caso da doença-doente.

 

ARTIGO PUBLICADO NO JORNAL O DIÁRIO DO ESTADO DO PARÁ

 

O que é a Homeopatia?

R: A Homeopatia é um sistema medico, de abordagem holística, base vitalista e  que utiliza a lei dos semelhantes, enunciada por Hipócrates no século IV a.C. O médico Samuel Hahnemann, fundador da Homeopatia, confirmou a lei dos semelhantes no século XVIII, após  diversas experimentações, tendo sistematizado essa terapêutica em suas obras O Organon da Arte de Curar e Doenças Crônicas. No Brasil a Homeopatia ganhou o status de especialidade médica em 1980 pelo Conselho Federal de Medicina.

 

Como age a Homeopatia?

R: O medicamento homeopático age no organismo estimulando a capacidade natural que o próprio ser tem de reagir aos fatores que o levam a adoecer,  voltando ao estado de equilíbrio dinâmico anterior, o que está de acordo com o moderno conceito médico de Homeostase.

 

Quais as diferenças entre a Homeopatia e a Alopatia?

R: A diferença básica está em que a alopatia age através de medicamentos ponderais, com ação específica  nos sintomas. Assim para  sintomas diferentes, o paciente usará diversas drogas, com possibilidades de efeitos colaterais e recidivas de quadros crônicos. Já a Homeopatia utiliza-se de medicamentos imponderáveis, com foco no conjunto de sintomas apresentados pelo paciente e ênfase na forma individual com que ele os manifesta. Através de um profundo conhecimento das características físicas e psíquicas do paciente, o médico homeopata pode conduzir o tratamento de forma mais completa, tratando seus diversos sintomas e, reconhecendo a susceptibilidade para adoecer,  poder diminuir as recidivas das doenças crônicas.

 

Como é preparado o medicamento Homeopático?

R: O medicamento homeopático é produzido com as diversas substâncias encontradas na natureza. A diferença é que durante a sua preparação, a substância passa por muitas diluições e agitações em água e álcool, e inicialmente observam-se apenas as alterações físico-químicas conhecidas. Posteriormente não se detecta mais (pelos atuais equipamentos de laboratório) a massa da substância no solvente, no entanto o choque da substância no solvente, altera as ligações energéticas das moléculas, o que atualmente a ciência denomina “memória da água”. A agitação do frasco do medicamento homeopático de encontro à mão tem como objetivo realizar o choque da substância homeopática de encontro ao solvente, provocando com isso uma modificação do estado anterior do medicamento, o que leva ao paciente a responder com mais eficácia ao tratamento.

 

Como é feita a consulta homeopática?

R: A consulta é mais demorada porque o médico necessita de muitas informações sobre o paciente para formular a sua prescrição. Como o Homeopata não vai tratar apenas uma doença isoladamente, mas o organismo como um todo, ele necessita de saber como funcionam as diversas partes do corpo, conhecer  a sua relação social e ambiental e assim identificando a susceptibilidade  para adoecer, pode orientar melhor o paciente.

 

A Homeopatia cura qualquer doença?

R: Nenhuma forma terapêutica pode curar todas as doenças. Para isso o médico deve identificar cada caso clínico ou cirúrgico e conhecendo  diversas terapêuticas, poder indicar a mais adequada para cada caso., de acordo com o que recomenda o Código de Ética Médica.

 

  1. Todas as pessoas podem usar medicamentos homeopáticos, pois, de acordo com a fórmula dispensada, pode-se não utilizar o álcool.

 

  1. A Homeopatia é científica desde a sua origem, pois utiliza-se dos princípios da experimentação para o conhecimento dos efeitos dos medicamentos utilizados. Esses efeitos são reproduzíveis quando se utiliza a metodologia adotada na Homeopatia.

 

  1. Não há necessidade de se acreditar que eles farão efeito, pois o seu efeito é observável em pacientes em coma, animais e mesmo nas plantas.

 

  1. A idéia de que a Homeopatia produz os seus efeitos lentamente decorre de que os pacientes que  a procuram geralmente são aqueles portadores de doenças crônicas, que naturalmente não tem pronta recuperação. No entanto, nas doenças agudas,  observa-se  rápidos resultados.

 

 

 

ARTIGO PUBLICADO NO JORNAL DO CONSELHO REGIONAL DE MEDICINA DO ESTADO DO PARÁ

 

 

Em novembro comemoramos o mês da Homeopatia no Brasil em homenagem ao médico homeopata francês, Dr. Benoit Jules Mure, que chegou ao Brasil no dia 21 de novembro de 1841 para colonizar a penísula de Sahy, na divisa do Paraná com Santa Catarina.  O Dr. Mure preparou vários médicos brasileiros que difundiram a Homeopatia no país. Devido às dimensões continentais e ao pequeno número de médicos, personagens populares como Monteiro Lobato e Rui Barbosa,  entre outros,  com os conhecimentos das publicações da época, também prescreviam a Homeopatia no interior do Brasil, caracterizando-a como uma “medicina caseira”.

Na verdade os conhecimentos sobre a  Homeopatia como ciência médica datam de  1790 a partir de seu fundador, o médico alemão Dr. Samuel Hahnemann, com experimentações rigorosas que orientaram os seus princípios, reconhecidos como verdadeiros pelos médicos que o sucederam. A Homeopatia é considerada precursora na medicina como ciência experimental, visto que um de seus principais pilares é justamente a Experimentação em Homem São; os outros princípios são o Principio dos Semelhantes e o uso de Doses Infinitesimais. O pesquisador Burnett afirma que a Homeopatia é científica pois é baseada em fatos verídicos e deduções comprovadas. Os seus resultados são positivos, dentro da limitação que qualquer tratamento possa ter. Sabemos que não há um mesmo tratamento para todas as pessoas, e para cada caso há de se escolher a melhor terapêutica; também não  se pode afirmar que qualquer método terapêutico possa tratar todas as enfermidades, devendo se feito antes um diagnóstico individual. Considere que muitos paciente ao procurarem a Homeopatia já tentaram diversos tratamentos anteriormente e obtiveram  pouca melhora; alguns utilizam tantos medicamentos  que apresentam sérios efeitos colaterais pela associações; outros apresentam contra-indicações formais aos tratamentos propostos. Assim a procura pela Homeopatia deve-se muitas das vezes às limitações oferecidas pelos tratamentos habitualmente encontrados na medicina alopática. O paciente deseja um tratamento eficiente, com menor custo e poucos efeitos colaterais. Assim a Homeopatia surge como uma opção ética.  Na verdade o surgimento da Homeopatia  veio através de profissionais comprometidos em procurar solução eficaz e menos agressiva aos seus pacientes.

A Lei nº 1.552, de 8/7/1952, tornou obrigatório o ensino de Noções de Farmacotécnica Homeopática nas Faculdades de Farmácia do Brasil.

Em 1986 a VIII Conferência Nacional de Saúde recomendou a introdução de práticas alternativas de assistência à saúde no âmbito dos serviços de Saúde, possibilitando ao usuário o acesso democrático de escolher a terapêutica preferida. A Constituição Brasileira de 1988 estabelece a incorporação das medicinas alternativas como recursos terapêuticos válidos e elegíveis como direito de cidadania. A Comissão Interministerial de Planejamento e Coordenação (CIPLAN), que abrangia os Ministérios da Saúde, Educação, Previdência Social, Trabalho e Planejamento, ainda em 1988, publicou a Resolução 04/88 de 08/03/1988, na qual foram fixadas as primeiras diretrizes para implantação do atendimento médico homeopático nos serviços públicos e para a implementação da prática homeopática nas unidades federadas do SUS (antigo SUDS).

 

Em 3 de maio de 2006, O Ministério da Saúde publica a Portaria 971, que aprova a Política Nacional de Práticas Alternativas e Complementares no SUS, implantando a Homeopatia na rede pública, com ênfase na atenção básica, voltada para o cuidado continuado, humanizado e integral em saúde. Poucos setores públicos adequaram-se à legislação.

A eficiência, sem a agressão dos efeitos-colaterais, aliada ao baixo custo seduziram os médicos ao longo dos anos, e o crescente número de adeptos culminou com a oficialização da Homeopatia como Especialidade Médica reconhecida pelo Conselho Federal de Homeopatia em 1980. Segundo pesquisa da Fiocruz-CFM, entre as 61 especialidades médicas analisadas, a Homeopatia ocupa a 16ª posição, contando com mais de 15.000 médicos, porem  o número de profissionais ainda não é o suficiente para atender a população. Os planos de saúde oferecem essa especialidade médica, no entanto o sistema público não conta com mais de 457 médicos em todo o país, dificultando o atendimento da população mais carente. Dos 5560 municípios brasileiros, apenas 157 possuem atendimento homeopático.

A Homeopatia é uma especialidade  medica oferecida no SUS, através de concurso municipal ou estadual, em Salvador (Ba), Aracaju (Se), Maceió (Al) Recife (Pe), João Pessoa (Pb) e Natal (RN). O Hospital Coronel Mota de Roraima foi o primeiro hospital publico a disponibilizar atendimento homeopático no SUS. Em Macapá o CRTN adota a Homeopatia entre as suas práticas multidisciplinares. Em Belém o atendimento em órgãos públicos ocorre na Casa do Idoso, Unidade de Saúde da Condor e de Decouville. o Ambulatório do Instituto Samuel Hahnemann e o da AMPH oferecem consultas a preços populares através de médicos voluntários.

A homeopatia não deve ser classificada como tratamento alternativo, visto fazer parte da rede oficial de especialidades reconhecida pela AMB; poderia melhor ser agrupada como medicina integrativa, juntamente com as demais especialidades, fazendo parte de uma indicação adequada de tratamento a partir do conhecimento de suas potencialidades pelo médico que teve informações da Homeopatia durante a sua formação acadêmica; nesse aspecto as faculdades de medicina da amazônia deveriam oferecer a disciplina de homeopatia em seu curriculum , assim como o fazem as melhores Universidades do mundo.

A Homeopatia desenvolveu-se em todo o mundo, é ensinada em Universidades e os médicos fazem cursos de habilitação e aperfeiçoamento. Atualmente a Homeopatia é ministrada em nível de graduação em 18 universidades de 12 estados brasileiros. A Homeopatia é uma disciplina optativa teórica e/ou prática oferecida nas Faculdades  Públicas de Medicina em  SP, Rj, Aracajú (Se), Maceió (Al), Recife (Pe), João Pessoa (Pb) e Natal (RN). No Pará  a Associação Médica Paraense de Homeopatia e o Instituto Samuel Hahnemann promovem cursos de Pós-Graduação para profissionais da Odontologia, Medicina Veterinária, e Farmácia Homeopática. A Agronomia também está utilizando cada vez mais a Homeopatia no trato das plantas com o objetivo de produzir vegetais mais saudáveis.

 

Francisco Eratóstenes da Silva: CRM-Pa 3698

  • Presidente da Associação Médica Paraense de Homeopatia
  • Vice-Presidente da Associação Médica Homeopática do Brasil

 

RESPOSTA À  ARTIGO PUBLICADO NA REVISTA  "THE LANCET"

 

 

Como presidente da Associação Médica Paraense de Homeopatia, sinto-me no dever de comentar sobre o artigo publicado pela revista britânica The Lancet, Vol 366 August 27, 2005,  sobre o trabalho do Dr. Mathias Egger e colaboradores, da Universidade de Berna, Suíça, que coloca em suspeição a resolutividade clínica da Homeopatia em determinadas patologias.

A revista científica é dirigida à classe médica, com poder formador de opinião em seu público alvo. O artigo é tendencioso no sentido de utilizar argumentos que induzem o leitor à conclusões errôneas, sendo portanto levarmos em consideração os seguintes aspectos:

1. Sabemos que o sucesso no tratamento de uma enfermidade depende inicialmente da escolha acertada da forma terapêutica mais adequada ao caso clínico, ou seja uma má-indicação levará fatalmente ao fracasso do tratamento. O mesmo se dá quanto à escolha da metodologia para comparar resultados de tratamentos.

2. A Homeopatia está baseada no Principio da Semelhança e no uso de medicamentos diluídos e dinamizados, que devem ter uma indicação personalizada para cada caso clínico, não podendo ser indicada apenas para a doença, separada das características de cada indivíduo;

 

3. O pesquisador separou 110 experimentos de um total  de quase 1000 casos que abordaram a meta-análise sobre pesquisa clínica homeopática nos últimos 5 anos, para comparar a eficácia da Homeopatia em relação com o tratamento alopático, de doenças  infecciosas  respiratórias  a anestesias em cirurgias, não encontrando evidência convincente de que a Homeopatia seria superior ao placebo. A pesquisa encomendada foi apenas uma revisão manipulada de metanálises: Em uma primeira análise, tanto a Homeopatia como a Alopatia mostraram bons resultados. Em outra análise apenas 9% das estudos alopáticos contra 19% dos homeopáticos foram classificados como de alta qualidade, sendo que nestes aparecia uma menor efetividade do tratamento, concluindo pela evidencia de efeito placebo. Ora, se o estudo duplo-cego-randomizado não pode ser utilizados para estudos individualizados, o mesmo não poderia ser adotado na pesquisa comparativa.

 

4. Diferente das conclusões de Egger, os pesquisadores Kleijnen e cols (não homeopatas) após a revisão de ensaios clínicos, publicam em 1991 no British medical Journal, conclusões favoráveis à Homeopatia, mesmo em ensaios considerados de boa qualidade metodológica; Klaus Linde e cols também chegam às mesmas conclusões ao realizarem meta-análise para avaliar os efeitos clínicos dos tratamentos homeopáticos comparativamente aos dos utilizando placebos e publicam os seus resultados em fevereiro de 1997 no The Lancet.

4. Este foi o primeiro erro do autor ao demonstrar o desconhecimento básico dos princípios da Homeopatia, indicando medicamentos para o tratamento específico de doenças, desconsiderando a individualização do paciente. Em seguida comete o segundo erro ao utilizar metodologia inadequada para o estudo de casos da Homeopatia. O resultado igual ao do placebo surge pela metodologia usada pelos pesquisadores que tentaram provar que determinados medicamentos atuam sobre determinadas doenças, sendo esse o objetivo da Alopatia, mas não o da Homeopatia. O objetivo da Homeopatia é mobilizar o doente para que uma vez estimulado possa reagir contra a agressão sofrida e voltar ao estado anterior de equilíbrio dinâmico da saúde. A proposta da pesquisa homeopática para avaliação de casos clínicos é a de individualizar cada doente, identificar o medicamento mais adequado a ele, prescrever e acompanhar o doente por longo período (como nos estudos de Coorte), esperando uma melhora de forma integral do organismo e não de partes de seu corpo. A Homeopatia trabalha com indivíduos únicos enquanto que a Alopatia trabalha com grupos. Como tais estudos não conseguem financiamento, resta fazer estudos de Qualidade de Vida em Saúde- QVS, que possibilita o estudo individual e um acompanhamento médico em médio prazo. Há várias formas de consensos e racionalidades, necessitando também da escolha de métodos de estudos adequados.

5. O autor segue fielmente as recomendações do Comitê Parlamentar de Ciência e Tecnologia do Reino Unido, assim como do governo da Suíça, que desaprovam as práticas alternativas que não são capazes de demonstrar eficiência superior da alcançada pelo placebo. É de se ressaltar que nesses países estão concentradas as maiores indústrias farmacêuticas, preocupadas com a queda de suas vendas; as mesmas não admitem que muitas vezes os seus produtos também não tem resultados superiores ao do placebo e que depois de algum tempo têm que suspender seus produtos pela não confirmação de suas pretensões terapêuticas, ou pelos prejuízos causados à saúde dos pacientes. Dana Ullman em seu artigo Scientific evidence for homeopathic medicine relata que as pesquisas clínicas realizadas com tratamentos convencionais nos últimos anos  apresentam percentagens de falhas metodológicas semelhantes às encontradas nos ensaios homeopáticos. Seriam as suas investigações científicas e os seus resultados realmente melhores que os homeopáticos?

6.Como comparar o efeito do tratamento utilizando medicamentos homeopáticos com os do placebo, se obtemos resultados positivos também com os animais e as plantas?  Seriam eles também sugestionávesi? Pesquisas nesse campo têm sido realizadas por instituições respeitáveis como a Faculdade de Medicina veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo, a Embrapa Gado de Leite e a Universidade de Viçosa. Como exemplo citamos que foi defendida e aprovada em maio de 2005, na Escola de Veterinária da UFMG, a Tese de Mestrado “Apis mellifica no tratamento homeopático da nefrotoxidade induzida por gentamicina em cães”. O estudo foi realizado pelo Dr. Denerson Ferreira Rocha, responsável pelo Departamento de Veterinária da AMHMG.

 

6. Na continuidade de sua tentativa de induzir ao “fim da Homeopatia” o autor reconhece que, apesar das “evidências”, a popularidade desta ciência médica é crescente. É  preocupante a posição do sr. Egger em supervalorizar as suas conclusões, em detrimento de recomendações de organismos isentos como a OMS que no artigo Homoeopahy: review and analysis of reports on controlled clinical trials, afirma que o método terapêutico se mostrou superior ao placebo em experimentos controlados e “equivalente à medicina convencional no tratamento de doenças, tanto em homens quanto em animais”.

 

 

 

7. Há um desrespeito ético ao tentar menosprezar  profissionais como Médicos, Veterinários, Farmacêuticos e Odontólogos, tão ou mais competentes que o autor..Segundo pesquisa da Fiocruz-CFM, entre as 61 especialidades analisadas, a Homeopatia ocupa a 16ª posição, contando com mais de 15.000 médicos. Em Belém são 37 médicos e mais de 15 farmacêuticos números esses que serão aumentados em 2006 com novos profissionais, inclusive Odontólogo e Veterinários.

 

Por fim decretado o arrogante “fim da Homeopatia” por suspeitos artigos, o que se fazer com os  pacientes polimedicados, que apresentam sérios efeitos colaterais, contra-indicações formais  ou que mesmo não respondem ao tratamento convencional ? A sociedade quer que a ciência promova a cura. As pessoas desejam encontrar quem escute os seus sofrimentos, dê explicações e mais do que apenas uma perspectiva, demonstrem estar realmente interessadas em trata-las.

 

 

 

Francisco Eratóstenes da Silva – CRM 3689 é presidente da Associação Médica Paraense de Homeopatia, com Cursos de especialização em Saúde Pública pela Universidade de Ribeirão Preto e Acupuntura pela Sociedade Médica Brasileira de Acupuntura; Licenciado em Ciências e em  Biologia pela UFPa.

 

 

 

Coluna Dr. Responde (Jornal O Diário do Pará – Belém, 09/01/2011)

 

A homeopatia pode tratar qualquer doença?

A homeopatia é uma ciência médica que, desde sua criação até hoje e considerada ousada por alguns leigos. Para esclarecer algumas dúvidas a respeito do assunto, procuramos o médico homeopata Francisco Erastótenes presidente da Associação Médica Paraense de Homeopatia e Vice-Presidente da Associação Médica Homeopática Brasileira.

Ele conta que a homeopatia é baseada na cura pelo semelhante, ou seja, quanto mais os efeitos de uma substância se aproximam dos sintomas do paciente, mais suas virtudes terapêuticas são importantes na cura. Acompanhe:

O que é homeopatia?

É a ciência terapêutica que trata as doenças de acordo com o princípio da similitude. Ela utiliza medicamentos que foram experimentados em pessoas sadias. Quando os experimentadores apresentaram sintomas semelhantes aos das doenças que se pretende tratar, esse conjunto sintomático pode ser utilizado na técnica de prescrição homeopática.

Como age a homeopatia?

EIa age estimulando as reações vitais do paciente enfermo para que ele, utilizando os seus meios naturais de adaptação, reaja e volte à homeostasia, estado dinâmico de saúde que apresentava antes de adoecer. A indicação do medicamento se dá através da individualização de cada enfermo, com uma abordagem holística.

Quais as diferenças entre a homeopatia e a alopatia (medicina tradicional)?

A alopatia não tem a finalidade de regular a homeostasia do paciente, pois utiliza drogas que procuram combater apenas regiões afetadas do enfermo, valorizando apenas setores, partes do organismo, sem a visão de conjunto do ser humano em seus aspectos bio-psico-social. A homeopatia valoriza as formas particulares do adoecer de cada paciente, considerando tanto seus aspectos físicos, reações emocionais e sua forma de reagir com o meio ambiente.

Como é prepardo o medicamento homeopático?

Ele tem como fonte quaisquer substâncias farmacológicas homeopáticas próprias que diluem e dinamizam a matriz obtendo-se preparados desprovidos de ação tóxica do organismo, podendo ser utilizados em crianças, plantas e animais na natureza, sendo preparado a partir de técnicas específicas.

A medicina homeopática é muito lenta para tratar doenças?

A ideia de que o medicamento homeopático tem açao lenta ocorre porque a homeopatia é muito utilizada em doentes crónicos, aqueles que apresentam doenças de longa evolução. Nas doenças agudas, a ação do medicamento é tão rápida ou até mesmo mais veloz do que o alopático, dependendo da complexidade da enfermidade e capacidade de reação vital do paciente.

Ao ser tratado pela homeopatia o paciente pode usar remédios da alopatia?

O paciente que está em tratamento alopático pode ser também acompanhado do tratamento homeopático, e em certos casos ir suspendendo progressivamente os remédios alopáticos, sempre sob a supervisão de seus médicos responsáveis.

A homeopatia pode tratar qualquer doença?

O limite de atuação do tratamento homeopático é a capacidade do paciente ser estimulado a reagir com os seus próprios mecanismos naturais de compensação.

Existem restrições para ser tratado pela homeopatia?

A restrição é a avaliação de cada caso clínico, se o paciente tem condições de responder ao estímulo de sua homeostase. Em casos como, por exemplo, o diabetes insulino-dependente, onde o paciente não produz os seus hormônios, ele terá que ser reposto, assim como os pacientes cirúrgicos e aqueles que necessitem de cuidados em UTI, eles devem ter os seus tratamentos específicos priorizados.

Como é feita uma consulta homeopática?

A consulta homeopática é mais demorada que a alopática, pois o médico homeopata necessita obter informações as mais completas possíveis sobre o paciente, tanto sobre a sua queixa atual, com as suas especificidades, e também abordar as demais partes do organismo. Ele valorizará hábitos de vida, alimentação, aspectos emocionais tais como os medos, formas de se relacionar com os seus semelhantes e como reage nas condições climáticas diversas. Ao final da consulta será pesquisado um medicamento que possa fazer o conjunto do organismo se equilibrar, tornar-se mais sadio e evitar, tanto quanto possível, as frequentes recidivas das doenças crónicas.

 

Nas doenças agudas, a ação do medicamento é tão rápida ou até mesmo mais veloz do que o alopático.

 

 

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